quinta-feira, setembro 06, 2007

Apertamento átomo!!!


Mudei! Novidade, né? A palavra mudar é como se fosse...sei lá...troquei..enjoei...vou pra outra..sem graça...repetitivo, o fato é que saí da segunda casa e fui para um conjugado em Copacabana, esse cabeção de porco. Eu, Raquel e Slave, achamos no jornal, aluguel para temporada. Quem negociava conosco era o seu José, um senhor de pouco sorriso, metódico, que tinha vários empregados.
Ele morava na Sá Ferreira num apartamento um tanto estranho, era um cenário que nunca tinha visto, um apê de 3 quartos, mas com poucos móveis, o que dava a impressão de ser imenso. Preferimos aluguel para temporada porque não podíamos preferir, era o único que tinha móveis: geladeira, fogão de duas bocas tipo acampamento, um armário, uma cadeira e uma cama, pois é, por esse imóvel pagamos o preço bem acima do mercado. No início achamos o máximo, só que na primeira semana já tivemos que mudar provisoriamente, essa palavra,provisório, me ASSUSTA! Olha gente, PROVISÓRIO não existe, tá? Experiência própria! Meu namorado diz que sou teimosa, imediatista, quero tudo pra ontem.
EI! Vive pulando de galho em galho que eu quero ver? Se você não escolhe o galho o galho escolhe você. “Deixa essa bicicleta aqui no canto enquanto, por enquanto...” Por enquanto é sinônimo de provisório que não escolhe galho. Filosofias à parte....
Mudamos para outro por que deu infiltração, ficamos um mês num apartamento maior, um quarto e sala, SINISTRO como a casa do seu José, era em Copa também, depois retornamos pro conjugado “reformado”, mas já havíamos desanimado. Era um APERTAMENTO. Tentando reanimar os ânimos como sempre, sempre lembro da Poliana que na verdade é uma personagem chata pra caramba, enjoadinha, aaaaaaa, resolvi fazer uma cortininha de fita na nossa janela, são aquelas fitas de presente que você prende uma ao lado da outra de várias cores e prende com tachinha, foi pra ver se dava um ar naquele MICROAPÊ no sexto andar de frente para Nossa senhora de Copacabana. Você tem noção do que é morar para essa rua? Estar no sexto andar não era um privilégio, porque mesmo alto, quando abria a janela morria sufocada, se fechasse ficava sufocada também. Uma câmara de gás!
A cortina ficou pela metade esperando verba para a outra metade..... era um tempo PROVISÒRIO.
Você sabe que eu e Raquel minha irmã temos uma facilidade imensa de discutir, é mais ou menos assim:
Ju- Que céu azul!!!!
Râ – Não, azulzinho!
Ju- Então azul anil!!!
Rã – Azul claro!
Ju- Vai a merda!!
Rã- Vai você!!!Eu acho que é essa cor!

E aí a gente não sai no tapa por pouco, fica sem se falar até surgir outro assunto.
Eu estou falando isso porque nesse tempo de moradia nós não discutíamos, porque foi ultrapassado esse nível, não havia ânimo nem pra discutir, você acredita?
Morávamos num átomo, os três, cada um na sua, era quase um treinamento militar, ou agüenta ou pede pra sair.

Um belo dia acordei para o trabalho e os dois já tinham caído no trecho. Tomei um banho, me arrumei, e quando estava prontinha pra sair escuto uma gritaria no corredor, quase 50 apartamentos por andar dá nisso!
Um cara gritando que ia pegar a vaca da vizinha( linguajar dele), que ele queria entrar, e bicava a porta dela, ela, e duas crianças gritavam do outro lado da parede . Tratei de travar a porta com uma cadeira e me jogar no chão do quarto, que na verdade nem era longe. Aí MEU DEUS, precisava sair pro trabalho, o dever me chamava e aquela gente não parava de brigar, fiquei com um certo medo do cara querer entrar no meu apê pra pular a janela, sei lá! Ele estava cada vez mais alterado e eu em pânico rezando um terço inteiro de trás pra frente.
De repente da câmara de gás escuto na rua carros de polícia, a coisa estava ficando preta (e eu desesperada!!!!), naquela fase do tipo “ Ferrada, ferrada e meia!”, querendo que acontecesse algo para resolver aquela situação, quase ajudando o maluco a bater na mulher, naquela hora só pensava em querer que aquilo acabasse de uma vez por todas, não queria mais saber do trabalho que pagava minhas contas, afinal pra quê dinheiro se a minha vida estava em jogo. Aquela baixaria toda acontecendo no corredor de um prédio que só podia se situar em Copacabana e eu esperando passar.....quarenta minutos depois tudo estava meio silencioso e saí para o trabalho doida para ser assaltada, ônibus quebrar, que era pra eu ter uma justificativa de atraso. Minha chefa nunca ia acreditar na minha história, aí resolvi dizer que perdi a hora porque o despertador não tocou e ainda tive que ficar o mesmo tempo de atraso depois do horário.
NUNCA MORE NUM CONJUGADO< NEM EM COPACABANA< NUNCA DIVIDE 25 m2 COM TRÊS PESSOAS.